quinta-feira, 11 de agosto de 2011

História - Breve Introdução

Atualmente a antiga Vila Operária é chamada de Zona 03, mas os mais antigos ainda a chamam pelo nome de origem. O mais tradicional bairro de Maringá. No início da colonização, dentro do plano urbanístico, o bairro seria o local para as residências dos trabalhadores da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná.
É uma concepção inglesa do século 19 em que operários deveriam morar perto do local de trabalho.

Boa parte dos primeiros moradores foi constituída por nordestinos, muitos furadores de poço. Mas a presença portuguesa pode ser notada na arquitetura de certos estabelecimentos comerciais e no sotaque dos comerciantes mais antigos. Hoje o bairro abriga pessoas de todas as classes sociais em modernas construções e altos edifìcios.

Na década de 50, a Vila Operária estava na periferia do centro de Maringá. A cidade ainda era pequena. A avenida JK, a perimetral, formava o anel viário de um município dividido em oito zonas. Hoje, porém, a Vila Operária está integrada à Zona Central.

O blog é um resgate não apenas para pioneiros, mas para todos aqueles que de uma forma ou de outra passaram pela Vila Operária conheceram o Esporte Clube Operário, a Colônia do Brega, a Clínica de Repouso Santo Agostinho, Clube Paulistano, Hotel Bonanza, Guarda Urbana e Hotel São Jorge. Em compensação, temos ainda a Casa Estrela, Casa Paraná, Mercearia Mendes e outras.

A Vila Operária também já foi o maior colégio eleitoral de Maringá. Os votos dos moradores eram decisivos nas eleições municipais. Comícios recordistas de público eram realizados na praça Ermiliano Perneta, onde está a Igreja São José.

CINEMA

Na área do entretenimento, o destaque era o Cine Horizonte, que protagonizava momentos "épicos" os maringaenses; inicialmente localizado na avenida Brasil e mais tarde na Riachuelo, em um prédio de linhas arquitetônicas nitidamente da década de 50, projetado por um arquiteto alemão, Hans Denger. Até hoje pertence à família Del Grossi; sendo hoje construído no local um grande empreendimento imobiliário comercial e residencial. “Casinha Pequenina, Menino Perdido no Deserto, Paixão de Cristo, Marcelino Pão e Vinho marcaram época”.
Uma curiosidade: a família Del Grossi chegou a produzir um filme em 1950, cujas locações foram realizadas na Vila Operária, precisamente na avenida Monteiro Lobato. O tema era uma aventura de Tarzã na selva. Foi um sucesso.

LAVADEIRAS

Mas o saudosismo parece ficar restrito ao livro. Moradores antigos não têm muitas saudades do bairro quando as ruas eram de terra e as casas de madeira. “Era bom para se ganhar dinheiro. Hoje já não é mais, porém temos mais confortos”, compara o português naturalizado João da Silva, morador desde 1957 e proprietário da Casa Estrela, o mais antigo secos e molhados do bairro.

Uma figura característica da paisagem da Vila Operária até a década de 60 era a do bucheiro, uma pessoa que diariamente saía de casa em uma carroça adaptada com um compartimento em forma de caixa, levando no interior miúdos de boi. Sua presença era percebida quando acionava uma corneta.

Da Vila operária surgiram as “lavadeiras do Ingá”, mulheres trabalhadoras que lavavam as roupas quando o parque ainda não era urbanizado. Elas se utilizavam das minas d’água no interior do bosque para lavar as vestes de quem morava em outras áreas da cidade.

ESPORTE

Não se pode falar da história do esporte em Maringá, sem acrescentar o Brinco da Vila, criado por técnicos da Companhia Melhoramentos e já figurava no plano urbanístico de 1947. Nos anos 50 surgiu o Esporte Clube Operário (ECO) . “A origem do Grêmio de Esportes Maringá (GEM), tricampeão paranaense (1963, 1964 e 1977) e que disputou a 1ª divisão do Campeonato Brasileiro, foi o ECO”, afirma Cláudio Viola, editor de Esportes do Jornal O Diário.

Em 1976 foi construído o Centro Esportivo Dr. Luiz Moreira de Carvalho com aulas de natação, futebol de salão, handebol, basquete, vôlei e outras praticas esportivas. Houve muita polêmica sobre a localização desse centro, na praça Regente Feijó, mas hoje ele está amplamente integrado com a comunidade. Que tal uma partida de bocha?!

As festas populares se concentraram nas quermesses como a tradicional festa da Igreja São José. Sem esquecer o Clube do Vovô, exclusivamente paras o lazer dos idosos. Marcou época também a Sukiake House, misto de restaurante e pista de dança com muitos shows populares.

Há um capítulo dedicado a Mauá, avenida com 2 quilômetros de extensão com 13 quadras com o predomínio do comercio e da industria, onde está situado o Jornal O Diário.

Também são citadas a Santa Casa, a Creche Menino Jesus, e as Igrejas Evangélicas Batista Renovada, Congregação Cristã no Brasil, Presbiteriana Renovada, Jeová Raphá e Assembléia de Deus.

Um Ipê Roxo existente em frente a Igreja São José entrou para a história quando a então princesa Michiko, esposa do futuro imperador do Japão, em visita a Maringá, em 1978, não se conteve diante da beleza da árvore. Ela desceu do carro oficial e fez uma reverência para o tão extraordinário Ipê.

Um espaço cultural alternativo é o Teatro Barracão, construído no início da década de 1990. Assim como o Teatro Reviver, também recebe peças teatrais, espetáculos de música e de dança com ingressos a custos bastante acessíveis.